Título: O Aleph
Autor: Paulo Coelho
Ano: 2010
Número de Páginas: 256
Editora: Sextante
Classificação:
Sinopse: "Quando tinha 22 anos, comecei a me dedicar ao aprendizado da magia. Passei por diversos caminhos, andei à beira do abismo, escorreguei e caí, desisti e voltei. Imaginava que, quando chegasse aos 59 anos, estaria perto do paraíso e da tranquilidade absoluta que penso ver nos sorrisos dos monges budistas. Mas a busca da paz tem seu preço, e me pergunto: até onde estou disposto a chegar?" - Paulo Coelho
O Aleph marca a volta de Paulo Coelho às origens. Num relato pessoal franco e surpreendente, ele revela como uma grave crise de fé o levou a sair à procura de um caminho de renovação e crescimento espiritual.
Para se reaproximar de Deus, o mago resolve começar tudo de novo: viajar, experimentar, se reconectar às pessoas e ao mundo. E assim, entre março e julho de 2006, guiado por sinais, visita três continentes - Europa, África e Ásia -, lançando-se em uma jornada através do tempo e do espaço, do passado e do presente, em busca de si mesmo.
Ao longo da viagem, Paulo vai, pouco a pouco, saindo do seu isolamento, se despindo do ego e do orgulho e se abrindo à amizade, ao amor, à fé e ao perdão, sem medo de enfrentar os desafios inerentes à vida.
Da mesma maneira que o pastor Santiago em "O Alquimista", o escritor descobre que é preciso ir para longe a fim de compreender o que está perto. A peregrinação o faz se sentir vivo novamente, capaz de enxergar o mundo com olhos de criança e de encontrar Deus nos pequenos gestos cotidianos.
"A viagem não foi para encontrar a resposta que estava faltando na minha vida, mas para voltar a ser rei do meu mundo. Estou de novo conectado comigo e com o universo mágico à minha volta. É isto que faz a vida interessante: acreditar em tesouros e milagres."
O que achei: Esse não foi o primeiro livro que li do autor Paulo Coelho, porém foi o que mais gostei. Muitos podem não gostar do seu trabalho, dizendo que por se tratar de ser um mago, Paulo Coelho só fala sobre espiritualidade, guerreiro da luz, etc, mas até que a história do Aleph me interessou. Você pode se perguntar o que significa o Aleph de verdade, e confesso que até acho difícil de explicar.
"O amor está além do tempo. Ou melhor, o amor é o tempo e o espaço em um ponto só, o Aleph, sempre se transformando."
No início do livro, a história se baseia na perda da fé de Paulo, que passa a repensar de tudo que já fez não serviu de nada para chegar até Deus. Por causa disso, ele acaba decidindo por uma nova perigrinação com a intenção de tentar 'se reencontrar' e viaja de trem junto com seus escritores por 9.288 quilômetros. Só que tudo começa a se complicar quando entre seus passageiros está Hilal, uma jovem violinista de 21 anos que se apaixona por ele. Paulo acaba se envolvendo com ela depois que passam pelo Aleph, um ponto no trem em que viajam e que, naquele exato espaço, ambos descobrem que já se conheciam em uma vida passada, quando a moça foi condenada a pena de morte em um momento que Paulo poderia ajudá-la, mas não o fez. E é isso o que o Aleph quer dizer, um local onde você consegue ver todo o seu passado, as vidas que teve e o que deixou para trás que ainda não foi resolvido. Como por exemplo, quando sonhamos ou encontramos alguém na rua e sentimos que aquilo já aconteceu antes ou já conhece aquela pessoa sem nunca a ter visto antes. Nada mais do que chamos de déjà-vu - pelo menos foi o que eu entendi.
Por causa da sua vida passada, Paulo descobre que deve obter o perdão de Hilal a qualquer custo, mesmo que não possa ir além no romance já que sua real esposa o espera em casa, enquanto ele viaja sozinho atrás de sua fé.
O livro possui algumas passagens bonitas e muitas de auto-ajuda, que acabam tocando em algum ponto na vida dos seus leitores.
"Não somos aquilo que as pessoas desejavam que fôssemos. Somos quem decidimos ser. Culpar os outros sempre e´fácil. Você pode passar sua vida culpando o mundo, mas seus sucessos ou suas derrotas são de sua inteira responsabilidade. Você pode tentar parar o tempo, mas estará desperdiçando sua energia."
"A verdadeira sabedoria consiste em respeitar as coisas simples que fazemos, pois elas podem nos transportar até onde precisamos."
O difícil - pra quem não acredita em magia e reencarnação - é ter a certeza de que tudo aquilo realmente aconteceu em 2006, como ele mesmo já disse antes, já que o livro é catalogado como ficção. Mas a história de voltar a vidas passadas e tenta corrigir erros antigos é bem interessante, ainda mais contada em primeira pessoa, como no livro.