Depois de passar horas tentando arrumar coragem suficiente para postar isso aqui, decidi que não faria mal algum mostrar a vocês um pouquinho da criatividade que tenho, não é mesmo? Então vasculhei entre contos e histórias que já escrevi - desde o 2º grau e outras mais atuais - e optei por postar aqui um dos contos mais fofinhos que já criei chamado "Um Céu Azul". Em clima de casamento Real (eu sei que já passou 1 semana, mas relevem ok?), a história fala sobre um romance estilo Romeu e Julieta passado na atualidade, só que ao inverso da Kate e do William, aqui se trata de uma princesa e um plebeu e seu amor impedido.
Espero que gostem e se não gostarem também, comentem. Eu aceito críticas (morrendo de medo, mas aceito. kkkkk).
Ahhh e logo no início do blog eu também já tinha postado outra história minha, que está mais para um livro do que um conto, mas enfim, foi a primeira vez que tive coragem de postar aqui. Ela chama-se "Behind The Red Eyes" e também está no menu, na seção "Minha Autoria". O link para lê-la é esse aqui. =D
Sentado na grama enquanto releio esta carta em voz alta, surgem em minha mente flashes dos momentos inesquecíveis que passamos juntos. Das vezes em que você dormiu em meus braços, em sua casa, na minha. Esse sentimento que estava há tempos escondido em meu peito reaparece, me dando a impressão de que tudo o que aconteceu foi ontem, e não há meses atrás como é na realidade. Aquelas lágrimas que caíam de sua face quando levaram você de mim contra nossa vontade ficarão pra sempre em minha memória.
Eu me sentia feliz e hoje só o que existe é a maldita solidão. Nunca mais fui o mesmo, nem serei. Sem você aqui comigo para me dar forças, me abraçar e me beijar só como você sabe. Perdi a conta de quantas vezes fiquei sem dormir, apenas dizendo ao vazio o quanto te amava, ou melhor, o quanto ainda te amo. Meu amor nunca irá desaparecer, mesmo sem mim, ele irá continuar. Pra sempre. Vivo. Como te descrevi na outra carta. Ficaria feliz em saber se ela chegou ao seu destino...
Minhas mãos soam frias ao lembrar às vezes em que vi você caminhando em minha direção, apenas de lingerie, se insinuando pra mim em meu quarto. Ou nas vezes em que você, como uma verdadeira anja caída do céu, me dizia apenas boa noite antes de eu ter que sair pela janela como um fugitivo, após ficarmos horas admirando a luz do luar e as estrelas na imensidão do céu azul. O gosto doce dos seus lábios misturando-se aos meus em uma sinfonia perfeita.
Jurávamos que ficaríamos juntos pra sempre, até o fim de nossos dias. Promessas que não foram cumpridas. Você foi tirada de mim como um doce arrancado à força de uma criança. Eu sou o Romeu e você a Julieta. Sofrimento e veneno, amor e injustiça. Anos modernos? Que nada. Tudo parece igual pra mim.
Eu tentei lutar contra todos, mas sempre tem sido em vão. Você sumiu do mapa e da minha vida como um flash. Como se tudo não passasse de uma grande ilusão da minha cabeça. Mentira. Nosso amor não foi uma ilusão, foi incrivelmente real. Mesmo sem saber onde você está agora, eu sigo te amando mais do que minha própria vida. E não vejo a hora de ter você comigo novamente, no calor dos meus braços, sentindo o gosto doce dos seus lábios. Eu não desistirei de te encontrar, minha Julieta. Um dia ainda viveremos juntos, felizes e em paz. Longe de todos que nos fizeram sofrer por queremos desfrutar de um amor puro, longe de brigas familiares que não levariam a nada, a não ser a um amor destruído...
Naquele dia triste, antes de tudo acontecer, eu preparava uma surpresa para você. Lembro-me perfeitamente do seu corpo lindo cabendo perfeitamente dentro daquele vestido marfim, um ar angelical e lábios de mel. Olhos brilhantes e um sorriso feliz. Sua pele cor de neve ficando corada imaginando o que de tão importante eu tinha a dizer. Nossas mãos juntas como se fossem uma só, seu perfume doce deixando minha respiração mais acelerada a cada segundo. Meu discurso estava pronto, eu sabia o que dizer de cor, depois de ensaiar milhares de vezes pelo caminho até chegar à janela de sua casa e entrar em seu quarto, como era de costume.
Talvez se eu não estivesse tão feliz e concentrado, tivesse percebido a movimentação na escada e a porta se abrindo depressa. Todo o nosso amor sendo pisado que nem lixo ao ouvir seu pai dizer que eu não merecia a mulher da minha vida, a minha Julieta. Seus braços serem puxados com força em direção à escada, sem se importarem em machucar uma pele tão frágil...
Meus braços eram imobilizados pela força de um guarda-costas, mas meu coração continuava a bater com tanta força que eu pensei em morrer. Minha mão deixou cair uma caixinha no chão, chamando a atenção daquele monstro que cruzava a porta sem nenhum remorso.
Ele se virou e pegou a coisa delicada que brilhava no chão impecável. Seu olhar era furioso e um soco certeiro acertou meu estômago. Mas o que mais doeu foram suas últimas palavras, que ecoaram em meu ouvido por meses...
- Você nunca mais irá vê-la. Ela morreu pra você. Acostume-se com isso. – e saiu.
Minhas únicas lembranças depois disso eram estar jogado na lama, sangrando e ferido. Uma cicatriz que nunca mais iria se fechar.
Não sei o que possam ter lhe contado ou até mesmo se... se... você está viva. Mas preciso que acredite em mim e não tema. Não existe um Romeu sem a sua Julieta e eu nunca irei te abandonar, nunca. Meu amor estará com você onde quer que você esteja. Eu só preciso que você esteja feliz. Mesmo longe de mim... pra sempre.
As lágrimas que eu jurei não derramar caíam com muita facilidade. Ouvi passos atrás de mim e imaginei que fosse Rita, a única pessoa em que eu confiava entregar minhas cartas sabendo que elas não iriam parar na primeira lata de lixo. Rita me ajudava sempre que podia, às escondidas para não ser demitida do cargo de conselheira da família Real. Era assim que minhas cartas chegavam ao seu destino... ou pelo menos, eu pensava que sim.
Sequei meu rosto com a manga do casaco de algodão, evitando a qualquer custo deixar transparecer a fraqueza estampada em meus olhos.
Levantei do chão com cuidado para não amassar o papel e ajeitei minhas roupas, tirando a grama que teimava em grudar no pano.
Sem me virar ainda, mas ouvindo os passos se aproximarem mais rápido até pararem em algum ponto não tão perto. Estranhei, Rita não tinha medo de mim, mesmo eu não tendo onde cair morto.
A tensão invadiu meu corpo e naquele momento tive medo de me virar e descobrir quem era.
Não precisei. Aquela voz era irreconhecível.
- Romeu? Meu Romeu? – o mesmo som delicado que fazia minhas pernas não sentirem o chão.
Virei. Aquele mesmo olhar. Aquela mesma boca. Ela não havia mudado nada a não ser a beleza que estava muito mais evidente. Ela estava absolutamente linda.
- Julieta? É mesmo você?? – a carta em minhas mãos tremia com as vibrações emitidas pelo meu corpo.
- Então... – mesmo com a distância eu pude perceber as lágrimas que enchiam seus olhos – Você ia mesmo me pedir...
Agora sem medo, caminhei em passos lentos em sua direção, tremendo por dentro e completamente feliz por fora. Ela não se mexeu e eu a alcancei em poucos segundos. Alisei seu rosto com uma das mãos e sua cabeça pendeu pro lado acompanhando o carinho.
Coloquei a mão livre no bolso e a tirei fechada em um punho. Um sorriso aparecia em meu rosto percebendo que aquele era o momento certo.
- Recebi suas cartas. Todas elas. Você não desistiu de mim e nem eu de você. Nunca. – ela disse emocionada, fechando os olhos encaixando o rosto em meu peito e me abraçando apertado.
Segurei em seu ombro e a afastei, de modo que ficássemos frente a frente.
Ajoelhei na grama e segurei sua mão trêmula com força. Eu não tinha mais medo. Era a hora certa.
Abri minha outra mão e deixei à mostra um par de alianças em ouro brilharem com a luz do sol. Seu olhar era a coisa mais linda de se ver.
- Julieta, quer se casar comigo?
Ela não respondeu. Em vez disso, ajoelhou na grama comigo, e colocou uma das alianças em meu dedo anelar. Eu fiz o mesmo e logo nossos lábios estavam unidos novamente, lágrimas misturadas ao orvalho, corpos rolando na grama de felicidade...
Romeu e Julieta. Uma história real, um amor real. Princesa e plebeu. Um casal enfrentando os obstáculos da vida em busca de um amor capaz de superar tudo.
E um céu azul pintando o cenário de um conto de fadas verdadeiro.
Fim
O que acharam? (foge de medo dos comentários) =P
Perfeitooo, vc descreveu tudo duma forma tão emocionante, foi como se os sentimentos fossem meus!
ResponderExcluirLindo demais!
Ai que lindo!
ResponderExcluirNossa, Michelle quanta emoção, cada palavra transborda sentimento.
Muito tocante seu conto, continue escrevendo, não pare viu?!
Não é por que ninguém comentou que deixaram de ler, nunca desista de escrever, mostre ao mundo seu dom!
quando tiver outro conto manda me avisar!
Parbéns!
Beijão!
Oi, Michelle.
ResponderExcluirAmei o seu conto que, apesar de sigelo, você colocou em cada frase um sentimento que transborda emoção, de forma clara e pungente, que toca-nos de alguma forma.
Continue escrevendo. Não desista do seu sonho! Siga em frente que um dia ele torna-se realidade.
Adoro contos! Sempre que possível leio em alguns blogs amigos.
Parabéns pela iniciativa e coragem.
Beijos.