Titulo: O oceano no fim do caminho
Autores: Neil Gaiman
Ano: 2013
Número de páginas: 208










Sinopse: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino. Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.


Resenha: Já faz 40 anos, e aquele menino de 7 já não é mais uma criança, mas ainda tem seus medos. Ele é agora um artista divorciado, com dois filhos já adultos. Depois da morte de um ente querido ele volta para o enterro, é naquela cidadezinha na qual viveu sua infância que algumas lembranças à muito esquecidas voltam aos poucos, uma amiga Lettie Hempstock, amiga?! Será, lembrasse tão pouco dela, fez parte de um período tão curto de sua vida, pouco antes dela se mudar para a Austrália.
Ele sai de casa, não aguenta mais aqueles abraços tristes dos amigos e da família, vai dirigindo quase sem rumo e acaba chegando na antiga fazenda das Hempstock, onde morava sua amiga, AMIGA, sim ela era sua amiga, agora ele se lembra, uma amiga fiel.

 - Estamos muito longe da sua fazenda? - perguntei.
 - Não. Ainda estamos no terreno. A Fazenda Hempstock é muito grande. Trouxemos muita coisa da velha pátria quando viemos para cá. A fazenda veio também, e trouxe junto algumas criaturas. Vovó as chama de pulgas.
 Eu não sabia onde estávamos, mas não conseguia acreditar que ainda fossem as terras das Hempstock, da mesma forma que não acreditava que estivéssemos no mundo onde eu havia crescido. p.: 53

Depois de falar com a Velha Senhora Hempstock, ele vai até o lago nos fundo da casa, Lettie o chamava de oceano, mas era apenas um lago. Será?! Ele acha que já viu ondas naquele lago/oceano, ondas grandes.
Aos poucos aquele lugar traz de volta lembranças da infância, lembranças tão reais, mas ao mesmo tempo tão escondidas em sua mente que já não parecem reais e si apenas parte de um pesadelo. Lembranças mascaradas por falsas verdades, mas não naquele lugar, ali olhando para o oceano, SIM, é um oceano, ele finalmente se lembra aos poucos daquele tempo, em que conheceu Lettie e das coisas terríveis que ocorreram.
É nesse momento que o autor nos transporta para a infância do menino.

Olhei para Lettie sob o luar.
 - Você ainda sabe tudo, o tempo todo?
Lettie balançou a cabeça negativamente. Ela não sorria.
 - Seria chato, saber tudo. É preciso desistir de tudo aquilo quando se vai passar um tempo por aqui...
Você precisa deixar tudo para trás se quiser brincar.
 - Brincar de que?
 - Disso.
Ela gesticulou indicando a casa, o céu, a lua, e os novelos, xales e aglomerados de estrelas cintilantes. p.: 166 e 167.

Mas é apenas ali naquele lugar, na fazenda das Hempstock que ele é capaz de alcançar as verdadeiras memórias.

Foi assim que os pássaros vorazes devoraram a Ursula Monkton e seria assim também, eu não tinha a menor dúvida, que eles iriam me consumir. p.:168

Esse livro me impressionou pela maneira como a “fantasia” foi apresentada, foi tudo muito sutil e delicado, e sem revelar todos os detalhes, deixando o leitor curioso para pesquisar mais sobre o assunto. O livro é pequeno e pode ser lido em um dia.

Curiosidade: Apenas quando comecei a escrever a resenha é que percebi, o personagem principal não tem um nome, ele é sempre o menino.


Níveis do vício:   

10 Comentários

  1. Oi Anne!
    Gosto das histórias do Gaiman, estou morrendo de vontade de ler esse livro!

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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    1. Oi Sora,
      esse foi o primeiro livro dele que li e confesso que gostei, mas me deixou com a pulga atrás de orelha rsrsrs

      Beijos!

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  2. AMO os livros do Neil Gaiman, e esse aí se destaca pela delicadeza da história. Como você disse, fantasia sutil, quase uma biografia. ♥

    Beijos!

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    1. Olá Raquel,

      tem uns momentos nada delicados também rsrsrs

      Bjs!

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  3. Olá
    Por mais que eu veja muitas resenha positivas sobre esse livro e ache a capa simplesmente linda, esse livro ainda não me chamou a atenção ao ponto de comprá-lo
    Beijos

    cocacolaecupcake.blogspot.com.br

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    1. Entendo Bruna, já aconteceu isso comigo com vários livros. É o momento.

      Mas que belo oceano o da capa né.
      Bjs!

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  4. Adorei! Ah quero ler. Certeza. Talvez o autor tenha escolhido chamar ele de menino, porque precisamos das fantasias pra que o nosso ser adulto não cresça demais... Talvez...

    Beijos

    www.reticenciando.com

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  5. Olá Ju,

    gostei da teoria, o engraçado é que só percebi isso quando fui escrever a resenha e não lembrava o nome do protagonista rsrsrs

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  6. Eu comprei este livro semana passada na Saraiva e nunca tinha lido uma resenha, somente a sinopse. Espero gostar dele, porque parece bem intuitivo!

    Beijos!

    Greice Negrini

    www.amigasemulheres.com

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    1. É realmente assim Greice, você fica meio confusa as vezes é mais é muito legal.

      Beijos!

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