Autor: Cory Doctorow
Ano: 2011
Número de Páginas: 416
Editora: Galera Record
Sinopse: Marcus, pseudônimo “w1n5t0n”, só tem 17 anos, mas acha que sabe tudo sobre como o sistema funciona — inclusive como passar a perna nele. Esperto, rápido e escolado no mundo da internet, Marcus não tem problema nenhum em enganar os sistemas de segurança da escola.
Mas sua vida muda totalmente quando ele e os amigos são presos pelo Departamento de Segurança e levados a uma prisão secreta onde serão interrogados. Lá fora, São Francisco sofre um gigantesco ataque terrorista. Agora, cada cidadão é tratado como um terrorista em potencial. Ele sabe que ninguém vai acreditar na sua história, então só lhe resta uma opção: derrubar o sistema com as próprias mãos.
Minha Opinião: Pequeno Irmão é um livro para quem gosta de tecnologia. Quem curte jogos eletrônicos e não vive sem internet irá amar a história que Cory Doctorow criou.
Recheado de fatos históricos do povo americano e linguagens do mundo cibernético, o livro gira em torno da vida de Marcus Yallow, ou melhor, "w1n5t0n", seu pseudônimo no mundo da internet.
"O mais importante sobre sistemas de segurança não é como eles funcionam, é como falham."Marcus é um garoto de 17 anos que vive para a tecnologia. Esperto e extremamente inteligente, ele já aprontou muito em sua escola, 'invadindo' e derrubando o sistema de segurança, causando confusões enormes para os corpo docente. Seu talento para a tecnologia já o fez criar maneiras de burlar a segurança máxima da escola, despistando as câmeras e saindo sem ser visto sempre que queria. Os alunos são obrigados a utilizar um notebook entitulado de CompuEscola, que também serve para controlar todas as suas atividades, mas até isso Marcus conseguiu modificar para que o computador tivesse 'brechas' a seu favor.
Seu vício pelo jogo Harajuku Fun Madness, uma espécie de RPG que mistura o mundo virtual com o real, faz com que Marcus e seus amigos - Darry e Van - saiam da escola sem serem vistos e vão para a rua buscando pistas para o jogo - os jogadores precisam resolver pistas tanto no PC quanto em lugares indicados. E é bem no centro de São Francisco que a história começa pra valer.
Marcus, Darry e Van presenciam um ataque à ponte Bay Bridge em São Francisco e, estando no lugar errado e na hora errada, eles são "presos" suspeitos de serem terroristas. Mais de 1000 pessoas são mortas no atentado e todos que estavam pertos do local são levados para interrogatório. Narrado pela visão de Marcus, descobrimos que ele é levado para um lugar desconhecido onde é humilhado, torturado e ameaçado por pessoas do governo. Seus amigos também são presos, mas Marcus é interrogado e preso em uma cela separamente dos demais, sem conseguir saber se eles estão bem. Intimidado, Marcus teve que revelar seus segredos mais ocultos e todas as suas senhas, deixando sua vida tecnológica inteira exposta para quem ele não confia. Solto após tudo isso, Marcus sabe que o Departamento de Segurança dos Estados Unidos fará o impossível para investigar o mais fundo que puder, e um único ato de rebeldia poderia levá-lo diretamente para a cadeira ou para um lugar ainda pior. Além disso, seu melhor amigo Darry some sem deixar vestígios.
"O objetivo do terrorismo é nos aterrorizar. O Departamento de Segurança Nacional me aterroriza."Mas engana-se quem pensa que ele ficará quieto. Revoltado com o governo, que em vez de proteger os cidadãos age como se todos fossem terroristas, Marcus decide usar todo o seu conhecimento de tecnologia para se vingar e lutar contra tudo o que o governo está fazendo. E é assim que surge o "M1ck3y".
Usando apenas sua inteligência e um console de XBox, Marcus cria durante a madrugada a Xnet - uma internet pública e pirata, livre do controle do governo americano, que acaba se tornando mais do que um simples ponto de encontro para jovens que se sentiram ameaçados como ele, e se torna um movimento para "trollar" o sistema de segurança crescendo pela internet sem controle.
"Eles estavam tirando isso de mim, pedaço por pedaço (…)Cada vez mais perseguidos, os cidadãos americanos passam por interrogatórios na volta do trabalho, são presos por qualquer motivo e todos os seus passos são registrados. M1ck3y, o novo pseudônimo de Marcus, sugere que os Xnautas clonem os dados das pessoas na rua, causando um verdadeiro tumulto para o governo. Mas ele não imagina que uma simples idéia da madrugada daria mais do que certo. Aos poucos, a Xnet vai ganhando ainda mais adeptos e Pequeno Irmão mostra como um grupo de jovens pode lutar para ter a liberdade de expressão reconquistada. E no meio disso tudo ainda sobre espaço para um romance super quente com Ange, uma das Xnautas.
Eu havia quebrado várias regras na minha vida e geralmente tinha me dado bem. Talvez fosse justiça. Talvez fosse o meu passado voltando para ajustar contas (…)"
Tenho que dizer que o livro me lembrou em partes o livro Gone de Michael Grant, talvez por envolver jovens que unem-se em busca de algo em comum. Confesso que os primeiros capítulos me deixaram confusa com um palavreado inteiramente tecnológico, mas ao decorrer da história percebi que tudo tinha sido necessário e a cada capítulo novo somos apresentados a novos acontecimentos que irão fazer com que ninguém consiga parar de ler!
"Eu balancei a cabeça. – Ninguém consegue alguma coisa não fazendo nada. O país é nosso. Eles o tiraram da gente. Os terroristas que nos atacaram continuam livres, mas nós, não. Eu não vou me esconder por um ano, dez anos, a vida inteira, esperando que me deem a liberdade de mão beijada. A liberdade é algo que você tem que conquistar."Com gritos de "NÃO CONFIE EM NINGUÉM COM MAIS DE 25 ANOS!" e "TOME DE VOLTA", Pequeno Irmão é um livro bastante crítico para a sociedade, buscando mostrar como um sentimento de revolta pode unir as pessoas para agir contra ou a favor de algo em comum. Citando dizeres até mesmo da Constituição Americana e da Declaração dos Direitos, o livro retrata essa rebelião tecno-geek de forma a ensinar um pouco mais sobre segurança e tecnologia, com uma linguagem mais complicada porém necessária.
Cory Doctorow, que é um dos editores do site Boing Boing - vencedor de vários prêmios relacionados à área de tecnologia e segurança -, consegue levar a narrativa até o final eletrizante e surpreendente, cheio de reviravoltas e surpresas ao longo da história. Misturando ação, aventura, romance e suspense, Pequeno Irmão torna-se um livro obrigatório para quem, pelo menos alguma vez na vida, já acessou à internet. =P
Recomendo!!
"Trocar privacidade por segurança é idiotice suficiente; não conseguir segurança alguma com a troca é ainda mais idiota.
Então, feche o livro e vá em frente. O mundo está cheio de sistemas de segurança.
Quebre um deles."
Curiosidades:
- O livro de Doctorow, best seller do New York Times (que avaliou o livro como uma "leitura incrível"), chegou a ser comparada com o clássico 1984, de George Orwell;- O romance já foi traduzido para 23 línguas e os fãs são tantos que, pela internet, circulam campanhas de arrecadação de fundos para que o livro seja traduzido em idiomas menores como o birmanês e o esloveno.
Leia o 1º capítulo clicando aqui.
Níveis do vício:
Oi Michelle!
ResponderExcluirSua resenha me fez pensar no Big Brother de Orson Welles, sabe? Principalmente por essa coisa toda de sociedade vigiada e controlada.
Quero ler assim que possível...
B-jussss! ♥
Olá Michelle,
ResponderExcluirQuero te convidar a participar do sorteio do livro "O Diário de Bridget Jones" que esta rolando lá no meu blog! Se der passa lá :)
http://tirinhasfemininas.blogspot.com/2011/09/sorteio-do-tf-livronauta.html
Beijos!
Não foi um livro que tenha me interessado tanto assim. Bjs, Rose.
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