Título: Palavras Envenenadas
Autora: Maite Carranza
Ano: 2011
Número de Páginas: 264
Editora: Novo Conceito

Sinopse: Às vezes, a verdade permanece oculta na escuridão e só aparece ao se abrir uma janela. O que aconteceu com Bárbara Molina? Seu corpo nunca foi encontrado e nunca conseguiram provas para deter nenhum culpado. Uma ligação, para um celular, coloca o destino de muitas pessoas de cabeça para baixo: um policial que está para se aposentar, uma mãe que perdeu a esperança de encontrar sua filha desaparecida, e uma garota que traiu sua melhor amiga. Palavras Envenenadas é a crônica de um dia que passa rapidamente, lutando contra o tempo e protagonizado por três pessoas próximas a Bárbara Molina, que desapareceu misteriosa e violentamente quando tinha 15 anos. Um enigma que, depois de 4 anos, sem ser resolvido, começa a ser desvendado com novas provas. Uma história de suspense e mentiras, segredos, enganos e falsas aparências que aponta alguns mitos inquestionáveis. 



Minha Opinião: Palavras Envenenadas é um livro difícil? Sim, é difícil, mas não digo no sentido da leitura e sim em sua história. Quando recebi esse livro da Novo Conceito, pelo nome pensei que a história seria totalmente diferente. Me enganei, mas em um sentido bom. A história é repleta de suspense e reviravoltas capazes de tirar o fôlego. Um drama muito bem escrito recheado de mistério e com um desfecho impressionante.

Diferente de outros livros, a história não é baseadas apenas em uma personagem principal, mas sim em vários personagens secundários que servem para dar vários ângulos diferentes ao mistério que é o desaparecimento de Bárbara. Os capítulos são separados por narrativas de outros personagens, como a mãe de Bárbara, a ex-melhor amiga e o detetive que cuida do caso. Isso é bem interessante, pois temos uma interação maior com cada personagem ainda mais com a narrativa em 1ª pessoa.

Bárbara tinha 15 anos quando desapareceu. Todos já tinham perdido a esperança e a luta agora era para encontrar o corpo que nunca foi realmente visto. Seu desaparecimento foi um mistério, pois sua mochila foi encontrada com sangue logo depois e tudo levava a crer que ela realmente tinha sido assassinada.
"Não, família não, falo pra mim. Ainda que saísse daqui não poderia olhar para eles. Seria incapaz de abraçá-los e beijá-los. Não teria coragem para dizer que os amo. Ele repetiu diversas vezes que não me perdoariam, que me tirariam da vida deles, que, se soubessem tudo que aconteceu, prefeririam que estivesse morta. Já não tenho família e não terei nunca. Se soubessem quem sou e o que fiz se envergonhariam de mim e me dariam as costas."
Nuria Solís nunca perdeu as esperanças de encontrar sua filha, apesar de todos os indícios de que ela nunca mais voltaria. Deixou seu casamento desandar e não tinha mais sentido para viver. Passou a ser quase uma morta-viva.
Salvador Lozano é o grande nome do livro e quem ocupa grande parte dele em suas narrativas junto com Bárbara. Lozano era o detetive que cuidava do caso desde o desaparecimento e mesmo depois de tantos anos ele nunca tinha perdido a esperança de solucionar esse caso tão complexo. Mas seu tempo estava acabando, ele iria se aposentar e o caso passaria para as mãos do jovem Sureda, que não se empenharia o suficiente por um caso tão antigo. Suspeitos? Dois, mas ao rolar da história a gente vai descobrindo que as coisas são muito mais complicadas do que parecem e descobrir o verdadeiro culpado através de pistas e reviravoltas é uma jornada estimulante.
"Os vivos enterram os que falecem e choram. Levam flores na sepultura e fazem visitas no dia de Finados. Mas ela não sabe se Bárbara está viva ou morta. Não sabe se deve chorar e passar pelo período de luto ou se deve manter viva chama da esperança. Esta dúvida, este ir e vir constante, foram-na corroendo."
Mas então Eva Carrasco, sua ex-melhor-amiga e que guardava uma mágoa de Bárbara por um assunto envolvendo inveja, recebeu uma ligação inesperada após 4 anos do ocorrido. Era a voz de Bárbara pedindo ajuda e isso foi a chave para revelar que ela estava viva, em algum lugar. Mas por que ligar logo pra ela? E por que Bárbara não ligou para seus pais e, principalmente, para sua mãe, depois de tantos anos? Eva precisa decidir o que fazer e agir o quanto antes, pois a vida de Bárbara pode estar correndo um grande perigo e depende somente dela.
"Tenho medo. Muito medo. Ao voltar, saberá que falei com Eva e me matará. Não é crime matar um morto.
Estou morta há quatro anos."
Acompanhando a história e a vida de Bárbara contada por sua própria narrativa, vamos descobrindo que seu passado não era tão inocente como pensávamos. Mas tudo tem um motivo e no final descobrimos o que realmente aconteceu e o que levou ao seu desaparecimento repentino.

Palavras Envenenadas é um livro chocante e realista, onde nos mostra que as palavras têm poder de mudar muita coisa quando usadas para ferir, trair ou enganar alguém - este é o motivo dado ao título do livro, o que tem tudo a ver com a história. Temas como abusos, traição, inveja, mentiras são apenas alguns retratados nesse livro forte e de um desfecho surpreendente.
Recomendo! =D

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Nível do vício: 

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