Empolgada e com coragem transbordando (não ao ponto de mandar minhas histórias para alguma editora - ainda =P ), resolvi postar outro conto que escrevi aqui para vocês. Quando o escrevi, me inspirei na letra da música "You Belong With Me" da Taylor Swift. A história é bem parecida com o clipe.
Espero que gostem e comentem! =)
Olho pela janela e lá estava você, andando de um lado ao outro como você sempre faz quando está nervoso. A sua cortina está aberta e eu vejo a sua aparência cansada de tanto discutir. Sua sobrancelha marcada e seus olhos fechados me mostram que você está contando até 10 para não falar mais besteiras. Seu dia foi cansativo e ela não entende isso. Ela nunca entende. Por que então, vocês ainda estão juntos? Eu não consigo entender.
Meu rádio toca uma música sua em volume alto, pois eu sempre aprendi que é muito feio ouvir a conversa dos outros. Mesmo quando 'os outros' refere-se ao seu melhor amigo discutindo com a chata da namorada. Sua voz alcança meus ouvidos de um jeito que me tranquiliza, por mais que as músicas não sejam tão calmas assim.
Fico triste por você, quando você me conta que escreveu uma nova letra de música e ela não fez a mínima questão de ouvir você cantar. Abro um espaço na minha agenda vazia e deixo você cantar pra mim, me sentindo a pessoa mais feliz do mundo em poder compartilhar do seu grande talento.
Ela nunca saberá como é ouvir você cantar enquanto toca violão, como seus olhos se fecham a cada acorde e como você fica lindo movendo esses lábios tão perfeitos. Ela nunca saberá.
Sinceramente, ainda não consigo entender como você se apaixonou por ela. Ou talvez até consiga, já que metade dos rapazes da escola são loucos por ela também (comprometidos ou não). E a outra metade é gay.
Aquela roupa que ela sempre usa na escola deveria ser proibida. Como pode faltar tanto pano e ela ainda não sentir frio??
Ainda acredito que um dia você irá atravessar nossas janelas e me dizer o que vivo sonhando em ouvir. Mas aí perco a fé no momento em que vejo você abraçá-la do jeito que nunca fez comigo. Como se eu fosse ser para sempre sua amiga. E, infelizmente, nada a mais do que isso.
Queria tanto que você acordasse e me olhasse nos olhos. Assim você veria tudo o que sinto e como tremo só em ter você perto de mim. Quando estamos juntos meu corpo estremece e meu coração bate tão forte que daria para ser ouvido até do outro lado da cidade. Mas o único que não escuta é você!
Quando você precisou de ajuda, quando estava deprimido com o futuro da banda, quando seus pais se separaram, eu estava aqui por você. Eu entreguei minha amizade em uma bandeja de prata inteiramente a você. E foi ali que errei. Ao invés da amizade, eu deveria ter lhe entregue o meu coração.
Para a minha surpresa, a ligação acabou e você olhou pra mim. Nossos olhares se encontraram logo que você olhou pela janela em minha direção. Meu corpo gelou e eu quase faleci quando você cruzou a janela e entrou em meu quarto.
- Me dá um abraço? - Foi o que ele me disse.
- Claro. – Foi simplesmente o que respondi.
Abraçamos-nos por um longo tempo, como sempre acontece quando ele está triste ou quando o óbvio acontece.
- O que aconteceu dessa vez? - Perguntei, já imaginando qual seria a resposta.
- Ah, você sabe. - Ele não me encarou nos olhos. Eu odiava quando ele fazia isso. - Vamos dar uma volta? Tô precisando respirar ar fresco.
- E desabafar. - Falei.
- E desabafar. - Ele repetiu.
A noite estava aconchegante. Não estava tão frio quanto o normal, então pudemos caminhar ao redor do Central Park sem aquele monte de casacos de lã. Um moletom de capuz e uma calça jeans era apenas o necessário. Pra nós dois.
Já há algum tempo não andávamos de mãos dadas – mais precisamente nos últimos 7 meses de namoro dele com a víbora – e por isso eu achei muito estranho quando ele segurou minha mão e continuamos andando juntos.
- Você continua gelada. - Ele sempre dizia isso das minhas mãos, que eram sempre como gelo.
- E você continua quente. - Senti meu rosto corar após dizer isso. Eu não queria parecer tão depravada.
- Você fica linda com as bochechas coradas.
E foi aí que eu quase faleci pela segunda vez na noite. Ele sorriu e iluminou minha noite muito mais do que a lua cheia no céu. Meu coração batia forte, mas eu precisava saber.
- Me conta. Do que ela reclamou dessa vez?
- Não foi nada. Estamos bem. - Eu não senti a convicção de sempre em sua voz. Ele estava muito mais triste do que o normal.
- Não precisa mentir pra mim. Eu conheço você muito melhor do que... - Me calei. Droga, porque eu sempre falava tanto??
- Eu sei disso, Julie. Você me conhece muito melhor do que eu mesmo.
- Isso é verdade, mas...
- E me conhece muito mais do que ela, eu admito isso.
Eu deveria me crucificar, me atirar do penhasco ou algo assim. Nos últimos 7 meses, eu me controlei o máximo para ficar de boca fechada e não arrumar confusão. E agora, quando eu menos espero, deixo escapar o que sem dúvida alguma pareceria ser o indício de alguma provocação.
Em todo esse tempo, eu nunca, nunca mesmo abri a boca para reclamar das atitudes ridículas daquela patricinha de 5ª categoria. Eu sempre procurei mudar de assunto para não me torturar ainda mais. Mas hoje eu abusei. Banquei a amiga-chata-destruidora-de-relacionamentos e quem sabe, acabei destruindo a nossa própria amizade. Droga. Droga. Droga.
Ele parou de andar e me fez parar também. Estávamos no meio de todo aquele verde, com o céu tomado por um azul escuro sobrenatural e uma lua que teimava em se esconder sob as nuvens, como se previsse a vergonha pela qual eu estava prestes a passar.
- Julie, eu conversei com ela hoje sobre algo muito sério.
- E o que eu tenho a ver com isso?
- Tudo. Absolutamente tudo.
Meu coração deu outro sobressalto. Se continuasse assim, eu iria parar na emergência do hospital em poucos instantes.
Ele segurou minhas duas mãos presas às suas e nós estávamos um de frente pro outro. Eu sentia minhas pernas vacilarem e meu rosto queimar no momento errado.
- Você se lembra daquela vez quando eu fui até a sua casa no meio da noite? - Ele perguntou e eu automaticamente visualizei a cena, refrescando minha memória.
- Sei, quando seu pai sofreu aquele acidente e...
- E ficou vários dias no hospital.
- Isso. Eu me lembro.
- Eu não tinha mais com quem me abrir, eu precisava falar com você, ver você. Lembra?
- Nós tínhamos brigado antes porque seu gato maluco machucou meu cachorro e não nos falávamos por causa disso. Por isso não entendi quando você foi me procurar.
- Você era única que poderia me fazer rir naquele momento.
- É porque eu sou mesmo uma palhaça.
- Você é a única que me entende. A única que me faz sentir bem. A única com quem eu...
Droga, por que sempre eles param no meio da frase?? Homens...
- Você quer mesmo saber sobre o que falamos ao telefone?
- Acho que isso não importa mais.
- É por isso que somos tão parecidos.
Sem ter pra onde fugir – e eu também nem queria -, fui puxada para mais perto do seu corpo e minhas pernas finalmente amoleceram de vez. Seus lindos olhos verdes se fundiram nos meus quando seu rosto se aproximava do meu em questão de segundos. Nossos lábios se tocaram pela primeira vez. No princípio, foi um só roçar de lábios que em seguida se tornou um beijo de verdade, e muito melhor do que aquele que perturbava meus sonhos.
Pude sentir seu hálito quente aquecendo meu rosto no frio da noite que voltava a surgir. Ele sorriu pra mim do jeito que eu mais gostava. Nossos lábios ainda estavam bem próximos e um outro beijo surgiu. Continuamos nos beijando por mais um longo tempo, ou pelo menos, até que eu quase perdesse todo o ar que tinha em meus pulmões de tanto suspirar.
Mas foi quando ele me disse a última frase que meu coração parou. Por frações de segundos, é verdade, mas parou.
- Nós nos separamos Julie. Agora somos só nós dois. Pra sempre. E eu te amo.
Fim
mt lindo, Michelle!!! Reli seu conto, e relembrei também já que faz tanto tempo desde a primeira vez que o li!!! Amei!!! Delicado e fofooo, no mesmo estilo do clipe!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá, passando aqui pra deixar o meu comentário... vi a att e vim dá uma olhadinha, está tudo bem legal...
ResponderExcluiradorei e ja estou seguindo!
beeeeeeeeeeijos ♥
Muito fofo o conto, gostei muito. ^^
ResponderExcluirOi, Michelle.
ResponderExcluirAmei o conto!
Você tem o dom de escrever histórias que encantam-nos com sua delicadeza!
Siga em frente com seu sonho!
Beijos.
Adorei o conto Mi!
ResponderExcluirConcordo com o comentário da Carlinha, você te o dom de encantar com as palavras!
Quero mais!
beijos
Aiii que fofo!!! Adoro romances assim!!!
ResponderExcluirMichelle, parabéns, você tem muito talento!!!
Beijos
ei Mih, gostei bastante do seu conto, ficou bem legal.
ResponderExcluiradorei. ^^
beijos.
Michelle adorei seu conto!
ResponderExcluirNão sei porque, mas li seu conto em um tom musical, foi lindo e especial. Continue escrevendo!
Vou visitar muito mais vezes seu blog.
Um beijão!