|Resenha| O Efeito Facebook

Título: O Efeito Facebook
Autor: David Kirkpatrick
Ano: 2011
Número de páginas: 392
Editora: Intrínseca



Minha Opinião: Quando a Intrínseca me ofereceu 'O Efeito Facebook' para resenhar, erradamente eu tinha a idéia de que o livro seria um relato parecido com o 'Bilionários Por Acaso', que culminou no filme 'A Rede Social' - sucesso de crítica e público. Digo erradamente, pois mesmo sem ter lido 'Bilionários Por Acaso', sei que em 'O Efeito Facebook' a história real em si, é contada com todos os fatos e detalhes,bem diferente das suposições que envolvem a história da criação do Facebook pela visão de Eduardo Saverin.
David Kirkpatrick escreveu 'O Efeito Facebook' contando tudo o que ocorreu nos bastidores da criação do site que hoje é um sucesso mundial, desde o momento em que o Facebook ainda nem estava nos planos de Mark Zuckerberg e ele eram um estudante comum em Harvard.

Após conhecer Mark Zuckerberg pessoalmente, o principal criador do Facebook, Kirkpatrick decide contar em detalhes como surgiu esse site que hoje é responsável por conectar pessoas ao redor do mundo. 
O livro começa com um relato contado por Oscar Morales, um colombiano que deu início a um movimento histórico no país apenas usando o Facebook. O ano era 2007 e a Colômbia sofria diante das FARC's, mas ninguém fazia nada para mudar o que acontecia. Mesmo sem o Facebook existir em outros idiomas, Morales usou seu inglês fluente para criar um grupo que demonstrasse sua contrariedade às FARCs chamado o grupo de 'Un Millon de Voces Vontra Las FARC'. Em poucos dias, o grupo estava repleto não só de colombianos como também de pessoas de outros países sensibilizadas e contrárias ao que ocorria na Colômbia naquela época. E através do grupo, manifestações e passeatas foram organizadas resultando em libertações de reféns e várias outras mudanças.
Esse relato foi apenas o início da história que serviu para mostrar como um site que inicialmente conectava apenas universitários se tornou o fenômeno que é atualmente.

"À diferença de praticamente qualquer outro site ou negócio de tecnologia, o Facebook é, profunda e prioritariamente, sobre pessoas. É uma plataforma para que elas obtenham mais da própria vida. É uma nova forma de comunicação, tal como foram às mensagens instantâneas, o e-mail, o telefone e o telégrafo."

Daí em diante, conhecemos Mark Zuckerberg, então com apenas 19 anos, estudante de Harvard e viciado em programação. Entre suas primeras idéias e projetos, estava um site em que os estudantes de Harvard votavam em quem era o colega mais sexy. O único problema - que na época ocasionou um longo sermão da diretoria - era que Mark usava o servidor e a base de dados da universidade para conseguir dados pessoais dos alunos e assim, usar no site que acabou evoluindo para um site de relacionamentos, onde era possível marcar encontros e etc.
Levou pouco tempo até Mark aprimorar seus projetos e criar o que se tornaria uma empresa de enorme sucesso mundial, o atual Facebook. No início, o site chamava-se 'TheFacebook' e foi criado com o propósito de ajudar a faculdade, conectando os alunos do campus e criando amizades entre eles. TheFacebook era disponível exclusivamente para estudantes de Harvard e em seguida foi sendo expandido para outras universidades de acordo com um planejamento estratégico de 20% de pedidos dos alunos. Se alcançasse a média de 20%, era certo de que quando ele fosse disponibilizado naquela universidade ele seria um sucesso. E assim, aos poucos o TheFacebook se tornou o Facebook que conhecemos e se expandiu para o mundo inteiro, atraindo a cada dia mais e mais usuários.
Mark sempre seguiu seus próprios conceitos e princípios, com a intenção de tornar o site realmente útil aos usuários, sem se preocupar muito com o lucro que era recebido - que nos primeiros anos era quase nenhum - e sua filosofia de negócios que existe até hoje é o que caracteriza esse fenômeno mundial que conhecemos.

"Eu passo meu tempo pensando em como construir o Facebook, não em como sair dele", respondeu ele. "Acho o que estamos fazendo mais interessante do que qualquer outra coisa que alguém esteja fazendo... e isso é simplesmente uma coisa bacana de se fazer. Não perco meu tempo pensando nisso. Sinto muito." - Mark Zuckerberg sobre vender o Facebook.

Durante a leitura, acompanhamos em detalhes as negociações que envolviam os investimentos aplicados na empresa, as desconfianças, as tentativas de compra e as visões de empresários que tinham a plena certeza de que o Facebook era algo inovador e poderia mudar a forma de conectar o mundo. Por ter sido lançado primeiramente em universidades, Mark mesmo diz que isso foi o que colaborou para tornar o Facebook um sucesso. Afinal, é na universidade que muitas amizades são criadas e um ótimo meio de conhecer mais pessoas é através da internet.

Fotos reais cedidas a David Kirkpatrick estampam uma parte no meio do livro e mostram Mark Zuckerberg e seus companheiros de projeto ainda no campus de Harvard, entre outras que demonstram o crescimento da empresa até atualmente.

Achei interessante também que no livro conhecemos diversas pessoas que na época eram meros desconhecidos mas que hoje são criadores de outras empresas famosas como YouTube, MySpace, LinkedIn, entre outras.
Hoje o Facebook se tornou algo extremamente útil na forma de conhecer novas pessoas, reencontrar amigos espalhados pelo mundo e até mesmo para empresas selecionarem candiados a vagas de emprego. Kirkpatrick cita que, mesmo repleto de joguinhos - Farmville, Cityville, entre outros - o Facebook atualmente também é utilizado para debater sobre política e tem o poder de influenciar comportamentos de pessoas no mundo inteiro. Isso só nos mostra como um estudante de 19 anos com uma visão genial conseguiu perseguir seu objetivo e tornar-se o CEO (Chief Executive Officer - chefe executivo) de uma das empresas mais promissoras do mercado. E que o Facebook só tende a crescer.

"O Facebook... muda a forma como as pessoas se comunicam e interagem, como os comerciantes vendem seus produtos, como os governos chegam aos cidadãos e até como as empresas operam."